quinta-feira, fevereiro 24

A morte é a curva na estrada. Morrer é só não ser visto.

Este post tem este título da autoria de Fernando Pessoa, porque hoje me apetece falar sobre a morte. Não é um tema simpático, mas fica bem com o fundo preto deste blog.

O pai de uma pessoa que me é muito querida está mal. Muito mal. E a maior aflição dos que lhe são próximos é que ele, em vez de morrer, fique cá, agarrado a uma cama. Meio morto, meio vivo. Sem falar, andar ou ter consciência do que o rodeia. Como um morto que respira.

Pergunto-me se esse será um sentimento cristão. E apesar de não saber a resposta parece-me que é, acima de tudo, um sentimento muito humano e de quem gosta demasiado de outra pessoa para a ver transformada num corpo inerte. Por outro lado, parece-me um sentimento egoísta. De achar que sabemos o que é melhor.

A morte, como diria MEC, é uma merda, mas eu tenho a certeza de que preferia ir do que ficar sendo uma sombra de mim própria.

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